terça-feira, 30 de junho de 2009


Soneto 17 - William Shakespeare
Se te comparo a um dia de verão

És por certo mais belo e mais ameno

O vento espalha as folhas pelo chão

E o tempo do verão é bem pequeno.

Ás vezes brilha o Sol em demasia

Outras vezes desmaia com frieza;

O que é belo declina num só dia,

Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,

E a beleza que tens não perderás;

Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.

E enquanto nesta terra houver um ser,

Meus versos vivos te farão viver.

sábado, 28 de fevereiro de 2009


Aqui estou novamente.E mais uma vez você está mais perto.Ouço sua voz, a música ao fundo...Minha cabeça delira.Será sonho?Não, não pode ser.Sinto você aqui.Se fechar os olhos, Sentirei seu toque. Sua respiração suave ao meu ouvido.O brilho de seu olhar.Coração batendo forte.Por dentro um desejo louco. Consumindo pouco a pouco.Uma vontade de ficar e sair correndo.Um querer não querendo. Sonho? Realidade? Não importa. Se for apenas um sonho, Não me acorde.Deixa-me sonhar!!Assim saberei que estou viva...


sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

PORTUGUÊS OU BRASILEIRO- UM CONVITE A PESQUISA (de Marcos Bagno)

Resenha


O lingüista e escritor Marcos Bagno afirma em seu livro "Português ou Brasileiro? - Um Convite à Pesquisa", que a língua falada no Brasil não é mais o português, pois nossa língua transformou-se, incorporou termos, adaptou expressões e hoje o idioma, por meio do qual nós brasileiros nos comunicamos, ainda não pode ser considerado uma nova língua, mas também não é mais o português que se fala em Portugal.
Bagno propõe uma transformação no ensino da língua portuguesa com a conscientização dos professores de que já houve muitas mudanças e ainda haverá mais ao longo do tempo. De acordo com ele, há um conjunto absurdo de regras que complicam o aprendizado da nossa língua e a língua viva, falada pelo povo, é bem distante dessa sonhada e idealizada como correta, perfeita e bonita, pelo senso comum.
Bagno ainda diz que a escola tem que parar de tentar ensinar uma norma-padrão antiquada, instituída no século XVI em Portugal e passar a aceitar e ensinar também a realidade lingüística brasileira, deixando de lado preconceitos e excessos de regras, afinal as regras é que precisam se adaptar às mudanças que o desenvolvimento histórico e cultural do povo exige e é preciso também parar de considerar como errado o modo de falar das pessoas em geral.
Bagno diz que o brasileiro não gosta da língua que fala porque desde sempre ela foi comparada à falada em Portugal, porém Brasil e Portugal são países com organizações políticas e sociais muito diferentes, o que influenciou também nas diferenças lingüísticas. Essas diferenças atingem todos os níveis da língua: fonética e fonologia, sintaxe, morfologia, vocabulário, semântica e pragmática.
O autor ressalta ainda que estamos numa etapa intermediária da nossa língua, isso porque ainda há um grau de compreensão possível entre brasileiros e portugueses, apesar das muitas diferenças já existentes.
Bagno finaliza seu livro refletindo e nos levando a refletir que por mais que os gramáticos criem regras para controlar a atividade lingüística dos falantes, eles continuarão errando, pois essa definição de certo e errado é meramente social.
Expressamos aqui o ponto de vista de Marcos Bagno com relação a nossa língua e ao modo de ensiná-la, porém não significa que concordemos plenamente com o que ele diz, pois Bagno propõe uma grande revolução na educação de língua portuguesa e isso exige muito estudo e discussões a respeito e não é possível transformar todas as regras e toda estruturação da língua de uma hora para outra. Porém não podemos negar que ele expressa um ponto de vista interessante e perspicaz sobre esse assunto.